Com o objectivo de mostrar as profundidades reais junto aos cais de acostagem em Cobwé e Metangula, o INAHINA concluiu os trabalhos de levantamento hidrográfico naquelas áreas.
Os resultados encontrados mostram, no geral, que o Lago Niassa tem profundidades que garantem uma navegação segura. A topografia do fundo do Lago é caracterizada por rochas espalhadas em todos os locais onde se efectuou o levantamento hidrográfico. Junto à costa, em muitos locais, é visível a presença de rochas de dimensões variáveis, assim como em médias e altas profundidades (ver a tabela dos perigos à navegação).
Tabela de Perigos à Navegação |
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Tipo de Obstáculo |
Localização: Metangula |
Latitude [ Sul] |
Longitude [ Este] |
Observação |
Navios Naufragados |
120 41´ 44.95´´S |
0340 48 ´40.92 ´´E |
Cemitério de navios |
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Caniçal |
120 41´ 43.45´´ S |
0340 48 ´41.66´´E |
Zona de caniçal |
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Rochas |
120 42´ 16.22´´S |
0340 48 ´29.79´´E |
Zona rochosa |
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Rochas |
120 42´ 16.32 ´´S |
0340 48 ´29.68´´E |
Zona rochosa |
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Rochas |
120 42´ 32.77 ´´S |
0340 48´ 09.52´´E |
Rochas a altas profundidades |
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Rochas |
12 0 42´ 22.21´´ S |
0340 48´ 15.41´´E |
Zona rochosa |
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Rochas |
12 0 42´ 19.63 ´´S |
0340 47 ´27.84´´E |
Canhão rochoso |
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Rochas |
12 0 42´ 07.08´´S |
0340 47´ 31.11´´E |
Zona rochosa |
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Rochas |
12 042´ 06.78´´S |
0340 47´ 49.45´´E |
Zona rochosa |
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Rochas |
12 0 41´ 42.60´´S |
034 0 48´ 05.00´´E |
Zona rochosa |
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Estrutura metálica |
120 41´ 47.48 ´´S |
034 0 48´ 15.18´´E |
Estrutura metálica submersa |
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Rochas |
120 41´ 18.96´´S |
0340 48´ 25.14´´E |
Zona rochosa |
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Tipo de Obstáculo |
Localização: Cobwé |
Latitude [ Sul] |
Longitude [ Este] |
Observação |
Caniçal |
120 08´ 00.23´´S |
0340 45´ 29.82´´ E |
Flutuante |
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Caniçal |
120 07´ 59.78 ´´S |
0340 45 ´29.93´´ E |
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Caniçal |
120 08´ 01.91 ´´S |
0340 45´ 31.02´´ E |
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Caniçal |
120 08´ 02.69´´ S |
0340 45´ 31.46´´ E |
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Caniçal |
120 07´ 57.34´´ S |
0340 45´ 30.33´´ E |
Zona rochosa |
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Rochas |
120 08 ´06.76´´ S |
0340 45´ 28.62´´ E |
Zona rochosa |
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Rochas |
120 08´ 06.69´´ S |
0340 45´ 28.49´´ E |
Zona rochosa |
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Rochas |
120 08´ 06.01´´ S |
0340 45´ 27.47´´ E |
Zona rochosa |
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Rochas |
120 08´ 07.50´´S |
0340 45´ 26.96´´ E |
Zona rochosa |
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Rochas |
120 08´ 14.83´´ S |
0340 45´ 23.17 ´´E |
Zona rochosa |
O nível da água do Lago Niassa varia com as estações do ano e tem ainda um ciclo de longa duração, com os níveis mais altos na época chuvosa, devido ao escoamento superficial (run-off) local. Este escoamento superficial é muito notório em todos os rios que desaguam no Lago, assim como em certos locais montanhosos junto à costa do Lago.
Os resultados encontrados em Metangula mostram que existem locais com condições ideias para a construção da infra-estrutura de acostagem. Na zona Portuária, a batimetria dos 10 metros de profundidade que é ideal para a construção da infra-estrutura de acostagem encontra-se a uma distância de 125 metros, contados a partir do início do edifício Portuário existente. É possível também ter a batimetria dos 10 metros de profundidade, a uma distância de 72 metros, contados a partir do último pontão existente na infra-estrutura portuário danificada. Na zona Sudoeste do Aeródromo, na Praia da Cooperativa (próximo ao Lodge Dona Madalena), a batimetria dos 10 metros de profundidade está muito próxima à costa, a uma distância de 67 metros, quando comparada com outros locais. Na zona da Praia do Thungo, a batimetria dos 10 metros de profundidade é encontrada a uma distância de 45 metros. Este é o local com profundidades altas junto à costa.
Representacao da area de sondagem em Metangula
Os resultados dos levantamentos hidrográficos de Cobwé também mostram que é possível obter-se um local ideal para a construção da infra-estrutura de acostagem. A batimetria dos 10 metros que é a ideal para a construção da infra-estrutura de acostagem encontra-se a uma distância de aproximadamente 180 metros, contados a partir do início da infra-estrutura de acostagem existente. Trata-se de uma distância medida em direcção a sul, desviando da orientação do prolongamento da infra-estrutura de acostagem existente. Seguindo o prolongamento da infra-estrutura existente, a batimetria dos 10 metros encontra-se a 240 metros.
Representcao da area de sondagem em Cobwe
Do lado da Infra-estrutura de acostagem não concluída de Cobwé, verifica-se que a batimetria dos 10 metros se encontra distante da costa, a uma distância de 340 metros, seguindo o prolongamento da infra-estrutura não concluída.
No geral, aponta o estudo, tanto em Metangula, quanto em Cobwé, existem profundidades favoráveis para a construção de cais de acostagem, bastando identificar um local com boas profundidades. A construção de cais, conclui o estudo, deve estar um pouco afastada da costa para garantir uma acostagem que não dependa das estações do ano (época chuvosa), e estará fora do perigo das rochas que abundam junto à costa.
OHI Logo
Comemora-se a 21 de Junho o Dia Internacional de Hidrografia. A efeméride marca os 100 anos da criação da Organização Hidrográfica Internacional (OHI). Fundada em 1921 (numa primeira fase constituída por 19 membros, actualmente com 80 Estados filiados, dos quais Moçambique faz parte), é uma organização intergovernamental, consultiva e técnica, com o objectivo de garantir que todos os mares, oceanos e águas navegáveis são levantados e cartografados, de maneiras a promover seguração à navegação e apoiar a protecção e o uso sustentável do meio marinho.
Para este ano, a data é comemorada sob o lema Um século de cooperação internacional em Hidrografia.
Em Moçambique, através do Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação (INAHINA), a celebração do Dia de Hidrografia será marcada pela realização (no próximo dia 02 de Julho) de uma conferência de reflexão em torno dos desafios da hidrografia em Moçambique.
A seguir link do vídeo da efeméride:
No quadro dos esforços de melhoria de infraestruturas de ajudas à navegação em Moçambique, o Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação (INAHINA) inaugurou, no passado dia 04 de Março, o projecto de revitalização do espaço do farol da Barra Falsa, em Pomene, no distrito de Massinga. O acto foi presidido pelo Ministro dos Transportes e Comunicações, Janfar Abdulai. Na ocasião, falando a diversos órgãos de comunicação social, o governante destacou como um dos desafios do seu pelouro a criação de melhores condições em todos os faróis espalhados ao longo da costa moçambicana, como um dos sinais de navegação marítima de grande relevância.
Janfar Abdulai na inauguracao do projecto
Para Abdulai, só será possível falar-se de uma navegação segura enquanto estiverem criadas as condições necessárias para a entrada e saída de navio nos portos nacionais.
Essencialmente, o projecto consistiu na reabilitação do Farol da Barra Falsa (em toda a sua estrutura); reabilitação da via de acesso ao Farol; construção de casa geminada para faroleiros (Tipo 2 cada); abertura de um furo de água e reabilitação do tanque com capacidade de 1000L; reabilitação da cisterna para colecta das águas pluviais; abertura de uma estrada com 970 (novecentos e setenta) metros usando meios mecânicos e braçais.
Casa de faroleiros
Imagem lateral da Casa de Faroleiro
Notas importantes
O furo de água em alusão, tal como explicou o Director-geral do INAHINA, o Eng. Simião Munguambe, para além dos faroleiros, irá, também, beneficiar as comunidades circunvizinhas, que se debatem com graves problemas de escassez de água potável. Para o efeito, será feita uma canalização para a população.
Outro dado, a zona de Pomene faz parte do roteiro turístico da província de Inhambane, sendo que em tempos idos cruzeiros escalavam aquela zona, nas imediações do Farol. Ora, tendo em conta este facto, a revitalização do espaço do Farol tem em vista, também, a sua recolocação na rota do turismo nacional e internacional, num contexto em que o turismo está no centro das prioridades do governo. Aliás, em todo o mundo os faróis constituem destinos turísticos de referência, atraindo pessoas de vários lugares.
No total, o projecto está orçado em 47, 508, 994.13Mt (quarenta e sete milhões, quinhentos e oito mil, novecentos e noventa e quatro meticais, treze centavos).
Jornalistas e convidados
Nova imagem do Farol da Barra Falsa
Lancamento de boias no porto de PembaNuma missão iniciada no porto de Maputo, depois Inhambane, Beira, Quelimane, Nacala, e por fim Pemba, o Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação concluiu hoje (28), no porto de Pemba, os trabalhos de manutenção e instalação de novas boias nos canais de acesso aos portos localizados nas cidades reto mencionadas. Trata-se de um projecto que vinha sendo desenvolvido desde princípios de Fevereiro último.
Falando a convidados que estiveram no lançamento de Boias no porto de Pemba, numa ocasião que marcou a conclusão dos trabalhos de sinalização, Simião Mungume, Director-geral do INAHINA, disse estar ciente dos desafios do sector de ajudas à navegação em Moçambique e da sua instituição, em particular. “O trabalho ainda é muito, esta é uma etapa que fechamos. Ainda este ano voltaremos ao porto de Quelimane, para o lançamento de novas boias. Já lançamos o concurso para a aquisição de equipamentos. Em breve as condições estarão criadas para uma nova sinalização no porto de Quelimane; os desafios ainda são muitos para o sector”, referiu Munguambe, que depois destacou o facto de estar em curso um programa paralelo de reabilitação de infraestruturas costeiras (faróis e farolins). No caso de faróis, o destaque vai para a conclusão da reconstrução do Farol da Barra Falsa, em Pomene, no Distrito de Massinga, a norte da província de Inhambane. No mesmo âmbito, seguem démarches para a reabilitação do Farol da Barra, na cidade de Inhambane, entre outras infraestruturas.
A intervenção feita nos canais de acesso aos portos em alusão, visa conferir maior segurança aos portos nacionais, de ponto de vista de sinalização marítima.
Com excepção dos portos de Maputo e Quelimane, onde os trabalhos feitos foram essencialmente de manutenção de boias, no total foram lançadas 29 novas boias, com sistema de sincronização e monitorização, distribuídas pelos portos de Inhambane (que contou com uma nova balizagem), Beira, Nacala e Pemba.
No porto de Maputo foi feita uma manutenção de 44 boias (em todo o canal), em Quelimane 17 e 14 na Beira, onde também foram colocadas 10 novas boias.
Importa realçar que em Nacala o acto de lançamento da nova balizagem foi testemunhado pelo Secretário de Estado em Nampula, Mety Gondola, que na circunstância louvou os trabalhos feitos pelo governo, através do INAHINA, impactando no desenvolvimento da economia do país e em particular de Nacala. Gondola destacou ainda o facto de o porto de Nacala se encontrar numa fase de requalificação, para se adequar às exigências globais do sector portuário, tendo, por isso, considerado a intervenção do INAHINA um passo significativo no âmbito dos esforços de modernização daquela estação portuária, que se quer mais competitiva. Recordar que o porto de Nacala figura na categoria dos portos principais de Moçambique.
Secretario de Estado em Nacala recebendo explicacao do DIrector geral do INAHINA
Para a viabilização de todo o projecto, o INAHINA investiu cerca de 250 milhões de meticais, provenientes de fundos próprios. Este investimento junta-se aos mais de 500milhões de meticais investidos em 2019 na modernização da sinalização no canal de acesso ao porto de Maputo.
Nova balizagem do canal
No âmbito dos esforços do governo de relançamento da cabotagem em todos os portos do país, arrancou ontem (04 de Março) a balizagem do canal de acesso ao porto de Inhambane. O lançamento da balizagem foi marcado por uma cerimónia pública presidida pelo Ministro dos Transportes e Comunicações, Janfar Abdulai. Na mesma ocasião fizeram parte o Governador da província de Inhambane, Daniel Chapo, e a Secretária de Estado em Inhambane, Ludmila Maguni.
Na sua intervenção, Janfar Abdulai destacou o facto de a balizagem do canal de acesso ao porto de Inhambane ser uma resposta ao Programa Quinquenal do Governo. “O Programa Quinquenal do Governo 2020-2024, no seu objectivo estratégico número oito, destaca a necessidade de melhorar e aumentar a capacidade de transporte de passageiros e carga, devendo passar dos cerca de 48 milhões de toneladas, manuseadas em 2019, para cerca de 82 milhões de toneladas até 2024”, referiu o governante, que na circunstância apelou ao melhor uso da infraestrutura.
Ludmila Maguni destacou, na sua intervenção, que a nova balizagem irá conferir maior segurança à navegação no canal de acesso ao porto de Inhambane e na zona de travessia Inhambane-Maxixe, o que irá, certamente, impactar na economia da província.Janfar Abdulai Ministro dos Transportes e Comunicacoes
Já para Daniel Chapo, “o relançamento da cabotagem dará mais opções aos agentes económicos, ao escolher a melhor via para o transporte de mercadorias, o que permitirá a melhoria dos preços e consequentemente a vida da população”.
A província de Inhambane depende, para o transporte de carga ou mercadorias, do transporte rodoviário, tanto para exportação, quanto para importação.
Tendo em conta diversos factores, como condições das vias, manutenção de transportes, entre outros, o transporte rodoviário revela-se bastante oneroso, o que torna, no sector comercial, por exemplo, o preço dos produtos mais elevado, sempre calculado tendo em conta as diversas despesas que intervêm no escoamento de mercadorias, do local de aquisição até o destino de comercialização. Com a materialização da cabotagem, espera-se que este cenário seja invertido, tendo em conta as inúmeras vantagens que a cabotagem oferece na cadeia logística.
O projecto está orçado em cerca de 40 milhões de meticais, provenientes dos fundos próprios do Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação (INAHINA), entidade responsável pela sinalização dos canais de acesso aos portos nacionais.
Ao todo, são 10 bóias que serão instaladas ao longo de todo o canal de acesso ao porto de Inhambane e na zona de travessia Inhambane-Maxixe.
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Participantes